quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O uso do topiramato e anfetaminas nos casos de dependência de Cocaína

Vício sob controlePDFImprimirE-mail
Correio Braziliense – Saúde
Ao usar dois fármacos para medicar dependentes em cocaína, pesquisadores dos EUA identificaram a suspensão do consumo da droga por até 15 semanas
» Paloma Oliveto
À medida que o rastro de pó avança pelo globo, aumenta a busca por um medicamento capaz de combater o vício em cocaína, droga consumida por 2,8 milhões de brasileiros e 4,1 milhões de americanos, os dois maiores mercados mundiais do entorpecente. Nessa batalha, muitos candidatos a fármacos já foram testados, mas nenhum foi suficientemente eficaz para receber a aprovação de agências regulatórias. Agora, pesquisadores da Universidade de Columbia e do Instituto Psiquiátrico dos Estado de Nova York acreditam ter encontrado uma abordagem que poderá ajudar os usuários a se livrar da dependência.
Em um artigo publicado no jornal Biological Psychiatry, eles defendem que, como o câncer, as doenças cardiovasculares e a Aids, o vício em cocaína deve ser tratado com uma combinação de fármacos. De acordo com John J. Mariani, principal autor do artigo, existe uma hipótese sobre a dependência química chamada de automedicação. Os usuários chegariam às drogas levados por problemas emocionais como depressão e ansiedade. Substâncias contidas nos entorpecentes funcionariam como uma espécie de antídoto. “Essa hipótese surgiu na década de 1970 a partir de avaliações clínicas de usuários. Alguns estudiosos acreditam que certas pessoas usam drogas para tratar os sintomas que os levaram à dependência ou que emergiram como uma consequência do vício”, diz.
Com base nessa suposição, o professor da Universidade de Columbia e pesquisador do Instituto de Psiquiatria do Estado de Nova York defende que um tratamento eficaz contra a cocaína precisa substituir, de forma controlada e não prejudicial, o efeito que essa droga provoca no cérebro. As sensações deflagradas pelo entorpecente, como euforia e bom humor, devem-se ao bloqueio da recaptação de neurotransmissores (veja infográfico). Graças a esse mecanismo, substâncias como dopamina, noradrenalina e serotonina, relacionadas ao bem-estar, começam a circular de forma descontrolada. Mas o uso crônico da cocaína aumenta episódios depressivos e de ansiedade e, consequentemente, o dependente passa a consumir quantidades cada vez maiores, na esperança de se sentir bem por alguns minutos. Os danos ao organismo são potencialmente letais.
Uma das substâncias eleitas pela equipe de Mariani para o teste foi o topiramato, que tem tido bons resultados em pesquisas relacionados ao alcoolismo. “O comportamento do álcool no cérebro é bastante complexo e envolve muitos sistemas de neurotransmissores, incluindo a dopamina, que provavelmente media o efeito de bem-estar e recompensa e está relacionada ao vício”, diz Bankole A. Johsno, professor de farmacologia psiquiátrica da Universidade do Texas e o primeiro pesquisador a testar o topiramato no combate ao alcoolismo. No estudo que realizou, houve bons índices de abandono do vício. Mesmo os pacientes que continuaram bebendo afirmaram que diminuíram as doses e sentiam menos crises de abstinência.
“Ainda existem dúvidas sobre como o topiramato trabalha para combater a dependência, mas estudos com pessoas e animais mostraram que há uma eficácia nesse sentido”, diz John J. Mariani. “Além disso, em uma pesquisa recente com um grande número de viciados em metanfetamina, o medicamento reduziu a intensidade de uso”, completa. Para acompanhar o topiramato no tratamento, o psiquiatra optou por sais de anfetamina, uma substância que, assim como a cocaína, estimula o cérebro, mas de maneira segura. Nos Estados Unidos, ela é o princípio ativo de uma droga aprovada pelo FDA, o órgão de vigilância sanitária do país, para crianças e adultos hiperativos.
Durante 12 semanas, a dupla de medicamentos foi ministrada a 81 dependentes de 18 a 60 anos, sendo que 42 deles receberam apenas placebo. Todos os voluntários se submeteram a sessões de terapia comportamental. Passadas três semanas do fim do tratamento, 16,4% dos participantes do segundo grupo havia conseguido ficar abstêmia. Já entre os que tomaram a combinação de remédios, esse percentual foi mais do que o dobro: 33,3%. “A nosso ver, um período de três semanas de abstinência no contexto de 12 semanas de estudo é algo significativo clinicamente”, observa Mariani. Para ele, a quantidade de voluntários que conseguiu ficar sem usar cocaína também pode ser considerada alta, considerando o alto grau de dependência gerado por essa droga.
O psiquiatra John Krystal, professor da Universidade de Yale e editor da Biological Psychiatry avalia que os resultados são animadores e acha que devem inspirar novos estudos, com um número maior de participantes. “Esse artigo encoraja os pesquisadores a testarem estratégias de medicamentos combinados em vez de apenas um agente. Desenvolver psicofármacos para a cocaína é extremamente desafiador, mas essa abordagem terapêutica parece ser bastante promissora”, acredita.

para mais detalhes:http://www.elsevier.com/about/press-releases/research-and-journals/treating-cocaine-dependence-a-promising-new-pharmacotherapy

3 comentários:

  1. Apesar do título idiota "vício sob controle", esta matéria trata de uma pesquisa interessante. A novidade parece ser o uso de um outro estimulante no tratamento da dependência da cocaína, algo semelhante com o que ocorre no tratamento da dependência de opióides.

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  2. Cocaina é uma grande assassina! Faz a pessoa se sentir invencível, o melhor, fazer coisas espetaculares. Mas ao mesmo tempo arrebenta o corpo. Destroi o sistema cardio vascular com incrível rapidez, tornando o usuário cardíaco. Mas antes também destroi a coluna, pois é extremamente inflamatória. Na verdade aje inflamando o sistema imunológico no cérebro para ele liberar dopamina, ao mesmo tempo em que segura os receptores de dopamina para ela ficar mais tempo no cérebro e comprime todos os vazos sanguíneos e dá uma anesteziada. A dopamina é o neurotransmissor que causa a felicidade e a sençação de sucesso, confiança, não é a toa que é liberada quando concluímos tarefas planejadas ou fazemos algo ótimo. Para usufruir da dopamina, não é preciso se matar com cocaína nem ficar neurótico com anfetaminas. Existe uma vitamina mental, um nootropico chamado Aniracetam. Este é muito saudável, pois é neuroprotetor e ajuda o corpo a lidar com o estresse. O Aniracetam te faz se sentir feliz, confiante, melhora sensivelmente sua comunicação e sociabilidade e é antidepressivo, aumenta a criatividade, a memória e só coisas boas. O lado ruim do Aniracetam é que é bem mais fraco que a cocaína, mas funciona e é super saudável! Ou seja, pesquise, se informe e não faça besteira meu filho! Depois que se informar bastante, se quiser implementar essa melhoria na sua vida sem ter que ficar importando, veja no site aniracetam com br.

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  3. A cocaína é um extrato das folhas da coca, planta comum na Cordilheira dos Andes e que é usada há milhares de anos para manter a saúde dos habitantes em grandes altitudes, servindo como substância estimulante para a sobrevivência dos povos andinos.

    Em sua fórmula concentrada, no entanto, torna-se uma droga estimulante, que tanto pode ser aspirada quanto injetada, provocando instantaneamente no usuário de cocaína uma sensação de grandiosidade, de euforia, de extremo poder e de excitação, com consequente aceleração do pensamento, provocando agitação.

    Os efeitos da cocaína trazem alteração do humor, fazendo com que o usuário tenha a fala acelerada, com pupilas dilatadas. Além disso, um efeito constante ao usar cocaína é a coriza, com entupimento das vias nasais.

    A sensação provocada pelo uso da cocaína duram pouco tempo, exigindo que o usuário passe a consumir quantidades cada vez maiores da droga para permanecer no estado provocado pelo seu uso.

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